Existe algo mais comum na alimentação
brasileira do que o alho e a cebola?
A cebola e o alho são membros da família
aliáceos (alliums), juntamente com o alho-poró, cebolinha, nirá e chalotas.
O sabor e o aroma promovido pelos aliáceos
impregnam o alimento como nenhum outro tempero.
Quimicamente (aspecto físico), o alho e a
cebola possuem muitas propriedades conhecidas, entre elas: antibiótica,
anti-inflamatória, anti-microbiana, anti-oxidante… “curando” uma variedade de
doenças.
Sabemos que certos químicos tem efeito
também sobre a mente e a consciência. Mas o que se sabe sobre os efeitos
energéticos (sutis) e psíquicos dos Alliuns (alho, cebola, cebolinha, alho
poró, chalotas…)???
Na Medicina Clássica Oriental (Ayurveda e
Chinesa) isto era muito observado. Sempre era visto a relação da doença com o
espírito. Nos livros clássicos de Ayurveda podemos ver como fator principal
para os desequilíbrios/doenças a existência de algum conflito com a Consciência
(Verdade). a Matéria ou Substância tem três qualidades ou atributos
fundamentais, que são Sattva, Rajas e Tamas.
• No nível físico, Sattva é harmonia;
Rajas é actividade; Tamas é inércia.
• No nível mental, Sattva é verdade; Rajas
é paixão; Tamas é indiferença.
• No nível de alimentos,Sattva é bondade;
Rajas é paixão;Tamas é ignorância.
Cebola e alho, e as outras plantas aliáceas
são classificados como rajas e tamas, que significa que eles aumentam a paixão
e ignorância.
Dentro das tradições hindus, é sabido os
efeitos dos aliáceos, por isso yogues, monges celibatários e Vaishnavas –
seguidores de Vishnu, Rama e Krishna – priorizam cozinhar sempre com alimentos
da categoria sattva, que inclue alimentos como frutas frescas, grãos, legumes,
verduras, ervas aromáticas, produtos lácteos (de vaca feliz), castanhas e assim
por diante.
Especificamente, os Vaishnavas, que antes
de se alimentar sempre oferecem o alimento a Deus, não cozinham com aliáceos
por serem impróprios de oferecer à Divindade. Alimentos rajásicos e tamásicos
também não são usados por yogues e monges porque eles são prejudiciais a
concentração, meditação e devoção.
Dr. Robert E. Svoboda, autoridade bem
conhecida dentro da Medicina Ayurveda, diz: “Alho e cebola são rajas e tamas, e
estão proibidos a yogis porque a raiz da consciência se firma mais no corpo”.
O alho e a cebola são evitadas por adeptos
de práticas espirituais, porque elas irritam o sistema nervoso central (e sua
ligação com os corpos sutis), além de perturbar também os votos de celibato.
Pois, como é sabido na cultura popular o alho é um afrodisíaco natural.
Em Ayurveda é visto que todo veneno na dose
certa, para a pessoa certa e nas circunstâncias certas, pode ser bom para algum
desequilíbrio. A questão é se vale a pena os efeitos colaterais e se não existe
outras alternativas melhores.
Assim, a Ayurveda também ensina que o alho
pode ser usado como tônico para a perda de potência sexual por qualquer causa,
debilidade sexual por impotência ou por excesso.
E na Medicina Clássica Chinesa, do mesmo
modo, é visto que o Coração (Shen – Espírito) é a origem de todos os
desequilíbrios e doenças. essa prática que ocorre há milhares de anos, ensina
que as plantas da família aliáceos são prejudiciais para os seres humanos em
estado saudável. Em seus escritos, um sábio Tsang-Tsé descreveu os Alliums como
os “cinco vegetais pungentes e aromáticos”, e cada um tem um efeito negativo
sobre um dos cinco órgãos, sendo as cebolas prejudiciais para os pulmões,
dispersando a energia primordial do elemento Metal; o alho para o coração,
dispersando a energia primordial do elemento Fogo; o alho-poró ao
baço/pâncreas, dispersando a energia primordial do elemento Terra; a cebolinha
para o fígado, dispersando a energia primordial do elemento Madeira; e cebolas
verdes [cebolas de salada ou "spring onions"] para os rins, dispersando
a energia primordial do elemento Água.
Cabe aqui salientar que na Medicina Chinesa
quando se fala num órgão não está se restringindo apenas ao órgão físico em si,
mas toda a energia e funções afins, como por exemplo o coração que é visto como
a sede do espírito-mente (Shen), que por isso envolve também questões
psíquicas.
Podemos encontrar num site de Taiwan sobre
alimentação descrito assim: “cebolinha e alho prejudicam o fígado e diminuem a
energia da madeira; alho prejudica o coração e arruina a energia do fogo;
chalotas prejudicam o baço e queimam a energia da terra; gengibre e cebolinha
prejudicam os pulmões e dispersam a energia do metal; e alhos e cebolas
prejudicam os rins e expelem a energia da água.”
Existe uma variedade enorme de cebolas e
alhos, inclusive híbridos e modificados geneticamente, sendo por isso muitas
vezes difícil de se categorizar.
Tsang-tsé também disse que estes vegetais
pungentes contem cinco tipos diferentes de enzimas que causam além de reações repulsivas no hálito, na
transpiração e nas entranhas (odor extra-fétido), também leva a indulgência
lasciva [luxúria], aumenta a agitação, ansiedade e agressividade,
principalmente quando consumidos crus.
Você já tentou meditar alguma vez?
Simplesmente parar os pensamentos e contemplar o momento? Muito da nossa
dificuldade em contemplar o aqui e agora é porque recebemos muito estímulos
negativos, alimentamos nossa mente com muita porcaria, sendo atraídos por
muitas forças-desejos. E por mais incrível que isto possa parecer, um dos
fatores de influência da agitação (ou depressão) em nossa mente está no que
comemos! Vamos refletir sobre os florais e remédios homeopáticos que são
capazes de mexer com nosso humor e psique, apenas com impressões sutis.
Assim como na Medicina Clássica Chinesa, na
Ayurveda também é descrito que além de produzir hálito e odor corporal, estas
plantas [aliáceos] induzem irritação, agitação, ansiedade e agressividade. Assim, os aliáceos causam prejuízos físicos,
emocionais, mentais e espirituais.
Na década de 1980, em sua pesquisa sobre o
funcionamento do cérebro humano, o Dr. Robert [Bob] C. Beck, DSc., descobriu
que o alho tem um efeito negativo sobre o cérebro. Ele descobriu que o alho de fato é tóxico
para o homem porque seus íons sulfona-hidroxila
pode penetrar a barreira cérebro-sangue e são tóxicos para as células do
cérebro.
O Dr. Beck explicou que, desde os anos 1950 é conhecido que em testes de vôo, quando o alho era consumido pelos pilotos, há redução do tempo de reação por duas a três vezes. Isto é porque os efeitos tóxicos de alho “desincronizam” as ondas do cérebro. ”O médico de vôo vinha nos cercar todo mês e lembrar a todos nós:”Não ouse tocar em qualquer alho 72 horas antes de voar um dos nossos aviões, porque ele vai dobrar ou triplicar o seu tempo de reação. Você fica três vezes mais lento do que seria se você não tivesse algumas gotas de alho. “
São por essas razões que as plantas da família Allium tem sido amplamente reconhecida como sendo prejudiciais aos cães, sendo prejudiciais ao sistema gastro-intestinal e neurológico, podendo até destruir as hemoglobinas dos animais.
Na própria medicina ocidental é visto que o alho nem sempre é benéfico. Por possuir um fator muito forte anti-bactericida e anti-microbiana, é amplamente aceito entre os profissionais de saúde que, além de matar bactérias nocivas, o alho também destrói as bactérias benéficas, que são essenciais para o bom funcionamento do sistema digestivo.
Praticantes de Reiki explicam que cebolas e alho estão entre as primeiras substâncias a ser expulsas pelo organismo da pessoa – junto com o tabaco, álcool e medicamentos farmacêuticos. Isto torna evidente que aliáceos tem um efeito negativo sobre o corpo humano e devem ser evitadas.
A medicina homeopática chega à mesma conclusão quando se reconhece que a cebola vermelha produz uma tosse seca, olhos lacrimejantes, espirros, corrimento nasal e outros efeitos relacionados com sintomas de resfriado.
Se observarmos a fenomenologia botânica dessas plantas, veremos que o caule delas, ao contrário de todas as plantas, “involuiram” para baixo da terra (escuridão), sendo o que a gente come não é a raiz e sim folhas transformadas (enroladas em bulbos ou dentes). A força da gravidade (que nos prende a matéria) é muito forte nelas. O aroma no qual a tendência natural é subir para as folhas, flores e frutos, nelas descem e se concentram nesses bulbos. Todos os Aliums possuem um elemento sulfuroso (enxofre), permeando o líquido dessas folhas transformadas.
Enfim, em termos medicinais, a questão toda é que pode-se utilizar qualquer tipo de droga para aliviar e eliminar sintomas, entorpecendo sutilmente ou de maneira evidente a consciência da pessoa, mas para a causa da doença verdadeira nada está sendo feito, pois só realmente nos curamos quando compreendemos no que estamos indo contra a Consciência/Coração/Verdade/Natureza e então nos corrigimos no Caminho.
Quando afastamos a consciência do problema, aparentemente nos sentimos melhor, mas ainda estamos ignorando a Verdade sobre a causa do problema que continua em nosso coração. E cedo ou tarde rebrotará. Infelizmente o nosso costume atual (vício) é o de então voltar a entorpecer o organismo e consciência com drogas para sumir com os sintomas novamente, e assim a roda de sofrimento (sansara) continua.
Apesar de ainda não se poder comprovar através da ciência material, através da ciência espiritual pode-se constatar que este conhecimento era observado na origem de todas as religiões, pois essas plantas Allium expelem os seres celestiais (anjos) e atraem seres dos mundos inferiores.
No Hinduismo e Budismo isto ainda é bem observado. Buda numa conversa com seu discípulo Ananda, conhecida como Sutra Surangama, cap. VI, subtítulo “The Three Gradual Steps to Wipe Out Sansàra” (Os Três Passos Graduais para Transcender [Purificar] o Sansara), disse:
“Quais são esses três passos graduais? (Eles são:) a prática que contribui para remover todas as causas acessórias [segundárias]; a prática principal para eliminar as causas básicas [primárias]; e a prática progressiva para parar o crescimento do carma.
Quais são as causas secundárias? Ananda, destas doze espécies, o mundo deve sua existência a quatro formas de alimentação: por comer, tocar, pensar e tomar consciência dos alimentos.
Portanto, o Buda diz que todos os seres vivos dependem de alimentação para a sua estada (em sansara). Ananda, todos os seres vivem se comerem alimentos saudáveis e morrem se ingerirem veneno. Em sua busca por Samadhi, eles devem se abster de comer cinco tipos de raízes pungentes (i.e., alho, os três tipos de cebolas e alho-poró), se consumidos cozidos são afrodisíacas e se crus causam irritabilidade. Ainda que aqueles que comem possam ler as doze divisões do Sutra Mahayana, eles expulsam os espíritos de vidência (Á ˘ i) nas dez direções que abominam o mau cheiro, e atrairão os fantasmas famintos que lambem seus lábios. Eles estão sempre rodeados por fantasmas, e sua boa sorte irá desaparecer dia a dia em seu próprio prejuízo. Quando esses comedores de raízes pungentes praticam o Samadhi, nenhum dos Bodhisattvas, espíritos videntes e bons espíritos vêm para protegê-los, enquanto o poderoso rei dos demônios aproveita a ocasião para aparecer como um Buda, como se a ensinar-lhes o Dharma, difamando e quebrando os preceitos e louvando a carnalidade, a raiva e a estupidez; em sua morte, eles irão se juntar a sua comitiva, e no final de seu tempo em seu reino, eles vão cair no Inferno.”
Quais são as causas secundárias? Ananda, destas doze espécies, o mundo deve sua existência a quatro formas de alimentação: por comer, tocar, pensar e tomar consciência dos alimentos.
Portanto, o Buda diz que todos os seres vivos dependem de alimentação para a sua estada (em sansara). Ananda, todos os seres vivem se comerem alimentos saudáveis e morrem se ingerirem veneno. Em sua busca por Samadhi, eles devem se abster de comer cinco tipos de raízes pungentes (i.e., alho, os três tipos de cebolas e alho-poró), se consumidos cozidos são afrodisíacas e se crus causam irritabilidade. Ainda que aqueles que comem possam ler as doze divisões do Sutra Mahayana, eles expulsam os espíritos de vidência (Á ˘ i) nas dez direções que abominam o mau cheiro, e atrairão os fantasmas famintos que lambem seus lábios. Eles estão sempre rodeados por fantasmas, e sua boa sorte irá desaparecer dia a dia em seu próprio prejuízo. Quando esses comedores de raízes pungentes praticam o Samadhi, nenhum dos Bodhisattvas, espíritos videntes e bons espíritos vêm para protegê-los, enquanto o poderoso rei dos demônios aproveita a ocasião para aparecer como um Buda, como se a ensinar-lhes o Dharma, difamando e quebrando os preceitos e louvando a carnalidade, a raiva e a estupidez; em sua morte, eles irão se juntar a sua comitiva, e no final de seu tempo em seu reino, eles vão cair no Inferno.”
No Taoismo e Islamismo isto hoje é visto de forma superficial, não utilizando-se estes alimentos durante as cerimônias e orações no templo/mesquita. Dentro do Sufismo (vertente mística islâmica), alguns ainda lembram que o Profeta Maomé não comia carne, alho e cebola para conversar com o Arcanjo Gabriel.
É bem conhecida dentro do Islã, porém, a história de uma santa Rabia que estava cercada de animais, pássaros… um homem viu, ficou encantado e se aproximou, mas todos os animais fugiram. E então perguntou a santa o motivo. Ela perguntou o que ele tinha comido e ele respondeu cebola. No que ela disse ser o maior tesouro deles.
Ninguém sabia explicar porque ela tinha dito isso, mas com a explicação do Buda tudo faz sentido. Os aliáceos são o elixir do mundo da sensação, um tesouro para os mundos e reinos inferiores.
Existem dezenas de opções para substituir o alho e a cebola, tanto para tempero como para remédio. Inclusive existe até uma árvore nativa brasileira conhecida como Paudalho. Nós utilizamos suas folhas e aprovamos.
Ainda como alternativa medicinal ao alho e cebola para melhorar a imunidade e “curar” os sintomas de várias doenças temos uma planta chamadaechinácea, que melhora a efetividade dos glóbulos brancos na luta contra os vírus e bactérias (TUBARO et al, 1987, TRAGNI et al, 1988 e MÜLLER et al 1994). Temos também o próprio própolis que é um poderosíssimo antibiotiótico com vários efeitos terapêuticos.
Diante de todo o exposto, esperamos ter esclarecido melhor sobre os malefícios do alho e da cebola em nossa alimentação (dando alternativas), bem como mostrar como é importante que nós tomemos consciência de nossos alimentos e de nossa vida como um todo.
Sugestões:
Pesquise no google e leia sobre “five pungent plants”.
Algumas fontes de pesquisa para este artigo:
2. Audrey Pavia, The Labrador Retriever Handbook, p. 100.
3.S.H. Lorna Wong, The Unfolding Truth of Man and the Universe, p. 43.
5. Francine Halvorsen, The Food and Cooking of China, p. 147
6. Daniel Reid, A Handbook of Chinese Healing Herbs, p. 106.
7. Erica White, Beat Candida Cookbook, p. 28.
8. Alan Davidson, The Oxford Companion to Food, p. 331.
9. Richard Gerber, Vibrational Medicine, p. 86.
